Cefaleia é o nome que se dá a qualquer tipo de dor de cabeça. Já a enxaqueca é uma doença neurológica e genética que vem acompanhada de dor de cabeça. A dor é descrita como latejante e unilateral e os pacientes costumam apresentar outros sintomas durante a crise, como sensibilidade à luz e ao som, intolerância a odores, náuseas e vômito.
Em pequenas quantidades, a cafeína, presente no café, pode funcionar como analgésico. Isso porque ela tem efeito vasoconstritor, ajudando na manutenção do calibre dos vasos cerebrais que, na dor de cabeça, ficam dilatados. No entanto, se ingerida em doses maiores que 200 mg por dia por mais de duas semanas, pode causar dor de cabeça se deixar de ser ingerida abruptamente, como uma crise de abstinência.
A disfunção da articulação têmporo-mandibular é uma causa de cefaleia ou de agravamento de dores de cabeça de outra natureza, pois os músculos mastigadores, sobrecarregados pela alteração de função da articulação, geram impulsos dolorosos.
Quem sofre de enxaqueca, pode ter as crises pioradas com a ingestão de bebidas alcoólicas e, em pessoas mais sensíveis, ao comerem alimentos gordurosos.
Nem todos os pacientes com tumores cerebrais têm cefaleia. No entanto, se uma pessoa que não sofre de dor de cabeça começa a ter dores frequentes com piora progressiva, aconselha-se consultar um neurologista para melhor investigação.
Não há indícios de relação entre a dor de cabeça e tais doenças. Alguns alimentos, no entanto, podem deflagrar crises de enxaqueca e causar mal-estar em pessoas sensíveis a eles. Nestes casos, a dor é desencadeada pela ingestão desses produtos e não por alguma questão digestiva.
Como é uma doença genética, não tem cura. No entanto, os sintomas (entre eles a dor de cabeça) podem desaparecer com tratamentos eficientes. O principal é o tratamento preventivo, para evitar que venham as crises.
Apenas o astigmatismo (visão embaralhada) pode causar cefaleia mediante grandes esforços para enxergar, como a leitura de um livro sem lentes de correção. Já os outros tipos de problemas não têm relação com a dor de cabeça.
A prática regular de exercícios evita que venham as crises de dor de cabeça, pois o organismo produz endorfinas, regulariza a produção de neurotransmissores e o organismo torna-se mais resistente à dor. As cefaleias do tipo tensional (causadas por tensão ou contração dos ombros, pescoço, couro cabeludo e face) são aliviadas pelo exercício, mesmo na hora da dor. Já a atividade física durante uma crise de enxaqueca pode piorá-la, portanto os exercícios físicos devem ser evitados.
Não há indícios de relação entre a cefaleia e o aumento da pressão sanguínea. Na maioria da vezes, a pressão alta é uma resposta do organismo à dor, uma consequência da dor de cabeça e não a causa.
Isso só é válido para quem sofre de enxaqueca. Durante as crises, colocar sobre a testa qualquer material gelado, como bolsas de água e toalhas molhadas, pode aliviar as dores. Na enxaqueca ocorre dilatação dos vasos extra-cranianos e o estímulo frio causa vasoconstrição, que ajuda a melhorar a crise.
De modo geral, as cefaleias, especialmente a enxaqueca, melhoram após a menopausa. Isso se dá porque após a menopausa não ocorrem mais as flutuações dos níveis de estrogênio que, com frequência, desencadeiam as crises de enxaqueca.
Há tipos de dor de cabeça primárias, como a enxaqueca e a cefaleia em salvas (com duração de 15 a 180 minutos ) que podem causar grande dor, mas sem gravidade. Já tumores e aneurismas, apesar de geralmente causarem dor de cabeça, são doenças de evolução muito rápida. Por isso, não podem causar cefaleias de evolução crônica e prolongada. Em todos os casos, vale uma investigação mais profunda e uma consulta ao neurologista para melhor investigação.
Em pessoas mais sensíveis, qualquer alimento ou líquido gelado pode deflagrar crises intensas e de duração breve, geralmente passam em segundos e diminuem de frequência se o paciente ingere o alimento gelado em velocidade e quantidades menores.
A sinusite aguda (causada por uma gripe ou resfriado mal curados ou devido à uma reação alérgica) pode vir acompanhada de dor nos seios da face. Já a sinusite crônica (que geralmente acomete pessoas com asma ou com alergia a poeira, mofo, pólen e poluição) não causa dor de cabeça.
Estas manifestações podem disparar os sistemas de defesa do organismo, como o da dor. Com isso, podem, eventualmente, causar cefaleia. Mas quando a dor de cabeça começa a ficar frequente, ela deve ser investigada mais a fundo, pois pode ter outras razões além do estresse.
Alguns AVCs podem começar com cefaleia, embora não seja o mais comum. Já os aneurismas só causam dor de cabeça quando se rompem. O aneurisma existe por décadas antes de se romper, geralmente sem nenhum tipo de sintoma ou sinal.
Doses progressivamente altas e frequentes de analgésicos ao longo dos anos podem cronificar a cefaleia, tornando-a um problema crônico. O tratamento ideal, nestes casos, é com drogas que modulam os mecanismos da dor no cérebro e não com drogas que atuam apenas no sintoma dor.
Um dos maiores estímulos deflagradores de crises de enxaqueca é a variação do estrogênio no período pré-menstrual. Isso faz com que algumas mulheres piorem muito ou mesmo tenham dor apenas nessas fases do mês.
Existe a cefaleia do estímulo frio (tanto por ingestão de alimentos ou bebidas geladas, como também por frio ambiental), que pode causar dor de cabeça em pessoas mais sensíveis. Isso ocorre devido à sensibilização e à estimulação intensa dos receptores de dor causadas pela diminuição da temperatura.
Os músculos mastigadores de quem sofre deste mal trabalham de forma muito mais acentuada do que o normal e eles não são adaptados para isso. São músculos que podem desenvolver grandes contrações, porém não por tempo prolongado. Isso provoca dor na musculatura da mastigação, que pode se irradiar para o vértex craniano, dando origem a uma dor semelhante à da cefaleia tensional. Porém nesta, a dor é geralmente na região posterior do crânio, na região frontal ou em toda a cabeça.
Apenas os pacientes que percebem clara relação entre a ingestão do chocolate e a crise de dor de cabeça devem evita-los.
Fonte: “Cefaleias Primárias: Aspectos Clínicos e Terapêuticos”.Fernando Ortiz; Edgard Raffaelli Jr e col. (2ª Edição). São Paulo: Editora Zeppelini, 2002.